por Juliana França | out 19, 2016 | Auto-conhecimento, Budismo, Psicologia
Foto: Juliana França
Recentemente a palavra gratidão entrou na moda. No início eu confesso que até achei bacana, mas depois me pareceu algo banal, ‘gratidão’ virou o novo ‘eu te amo’. Fácil de falar, difícil de colocar em prática.
Tenho percebido como temos dificuldade em sermos gratos. Estamos sempre buscamos algo que ainda não temos, na esperança de que esse algo nos traga a satisfação plena, tão desejada. A questão é que sempre que atingimos um objetivo, vamos em busca de outro. É a falta, o famoso combustível da neurose, como já dizia Freud. Nada está bom, sempre precisamos de mais. Algo que também nos é inserido culturalmente, pela sociedade de consumo e nosso sistema capitalista. Afinal, o mundo precisa girar e, para isso, precisamos produzir e consumir.
Segunda-feira foi um dia duro. Uma tristeza tomou conta de mim, somada à saudade de estar longe de casa, do meu idioma, do meu país. Não é fácil ser imigrante. É aquela sensação de estar com um sapato que não te pertence. O pé tenta se ajustar e ao mesmo tempo se atrapalha nos passos. Mas caminha. Às vezes dói, faz bolha, como num sapato novo, que ainda não se ajustou ao seu caminhar. E essa sensação aparece não só quando se muda de cidade ou país. Ela surge toda vez que sofremos alguma mudança na vida. Não é fácil mudar, sair da sua zona de conforto, se adaptar ao novo. E segunda-feira foi um desses dias de bolha no pé, onde eu desejei fortemente calçar os meus sapatos antigos, já confortáveis e adaptados aos meus passos.
E onde entra a gratidão nisso tudo? Pois, voltando pra casa no fim do dia, falando com uma amiga por mensagens enquanto estava no metrô, percebia que ela, com a vida que eu desejava pra mim naquele exato segundo, também reclamava. Desejava mais isso e aquilo, como se ela já não fizesse e tivesse tanto. E foi falando pra ela sobre a gratidão e o tempo necessário para que as coisas amadurecessem, que me dei conta de que aquele discurso servia também para mim.
Temos sempre tanto, mas nunca olhamos para o que conquistamos. Nossos parâmetros e padrões sempre são externos. É aquela velha história de olhar a grama do vizinho, sabe? A gente se esquece de olhar o quanto caminhamos para chegarmos onde estamos. O quanto lutamos para conquistar qualquer coisa que seja. A vida do outro sempre parece mais interessante, os objetivos dos outros sempre parecem ser os mais certos a se seguir. E nessa toada vamos educando nossos filhos e a nós mesmos a buscarmos sempre mais e mais e mais. E não nos damos conta da preciosidade do que temos hoje. Não celebramos as nossas pequenas conquistas, a nossa coragem, a dádiva de mais um dia de vida.
Uma vez Lama Michel disse que rico não é quem tem muito, mas sim quem é satisfeito com o que tem. Isso me marcou profundamente. Ser rico é ser grato, é ser consciente dos nossos passos, das nossas conquistas, da nossa existência. E isso nada mais é do que viver o presente. É sentir o sabor da comida que nos alimenta, a presença de quem está ao nosso lado, o vento que sopra o nosso rosto, mostrando que temos vida.
Ser grato é perceber que temos aquilo que precisamos para o agora e que o futuro é apenas uma conseqüência do momento presente. É ser aberto à vida, aceitando os desafios que ela nos traz sem rejeição, mas com coragem para aprender o que quer que seja que tenhamos que aprender. E foi olhando ao redor que eu parei de desejar o que não tinha e me dei conta da preciosidade que é a vida. Percebi que mesmo não estando com os sapatos mais confortáveis, eu tinha a oportunidade de descobrir uma estrada completamente nova, com tempo para meus pés se ajustarem naquele novo sapato. Eu não precisava correr e nem voltar atrás em busca dos sapatos antigos. Bastava olhar ao redor e ser grata. Grata por ter conseguido chegar até aqui, gastando inúmeros sapatos e trocando de pares vezes outras. Com calos nos pés e dedos machucados, porém fortes. Podendo andar, adiante e firme. E foi, então, que percebi que estava tudo bem, que não havia razão para sofrer ou reclamar. Eu tinha tudo o que precisava para viver aquele momento, não precisava de mais nada. Fui tomada por uma gratidão imensa, afinal, estava tudo em seu devido lugar. E foi aí que me senti a pessoa mais rica do universo.
por Juliana França | abr 26, 2015 | Psicologia
foto: Juliana França
“Você acredita em intuição?”
Me imaginei no divã, na sala do meu analista, fazendo a ele essa pergunta. A resposta provavelmente seria não, seguida de alguma interpretação ou rótulo psicanalítico.
E você, caro leitor, você acredita em intuição?
Em meio a obrigações do dia, me peguei nessa pergunta. Essa sempre foi e sempre será uma importante questão para mim. Uma questão por vezes difícil e também fácil de responder. Sempre tento buscar explicações vãs para coisas inexplicáveis. Estudar para encontrar respostas que sempre se encaixam em uma determinada teoria. Afinal, a gente sempre pode encontrar uma desculpa ou razão para tudo, não é mesmo? E a intuição, aonde ela fica nessa dança?
O que mais me incomoda na minha rotina em São Paulo é andar pelas ruas e perceber olhos anestesiados. Olhos cegos pela pressa, pela ambição, pela raiva, pelo Rivotril. Olhares perdidos, vazios, tristes. E meu exercício diário é lutar contra isso que chamo de normose.
Todos os dias me pergunto quais são as minhas ambições. Tento até fantasiar algumas, mas percebo que elas, no fundo, não existem. Queria tanto me encaixar num modelo, mas não consigo. O que quero deixar para o mundo? Uma herança sanguínea, um nome marcado na história de alguma grande empresa, algumas posses materiais ou simplesmente a certeza de que vivi uma vida plena? Fico com a última opção. E é exatamente aí que vejo a intuição. Para mim, uma vida guiada pela intuição é uma vida sem certezas, sem explicações aparentes, difícil de se encaixar em padrões pré-estabelecidos. Por isso é tão difícil acreditar nela. Por isso é tão mais fácil se anestesiar, se culpar ou jogar a culpa naquilo que nos rodeia. Viver com a intuição é se guiar pelo livre arbítrio, é saber que erros não existem e que escolhas, todas elas, fazem parte da jornada. Viver com a intuição não é tarefa fácil, mas será que não é justamente isso que a gente deveria aprender?
por Juliana França | jun 30, 2014 | Auto-conhecimento, Psicologia
Foto: Juliana França
Talvez um dos temas mais difíceis de se escrever seja sobre a liberdade. Temos a impressão de sermos livres, afinal, vivemos numa democracia, somos donos do nosso nariz, temos o direito de ir e vir… então, como assim não somos livres? Errado é quem diz o contrário! Pois duvido que a liberdade seja algo assim tão presente em nossa sociedade…
Antes mesmo de nascer, passamos a existir no imaginário de nossos pais e de nossa família. Ganhamos um nome sem mesmo vir ao mundo e mesmo antes de respirar pela primeira vez aqui fora, uma série de planos são feitos para o nosso futuro. Já nascemos carregando uma série de expectativas que colocam sobre nós e que, aos poucos, vamos aceitando e introjetando em nossa vida diária como uma obrigação, a medida que avançamos em nossa evolução: família, escola, amigos, faculdade trabalho. Já sabemos a fórmula da vida perfeita, aquela que nos foi ensinada lá atrás, aquilo que chamaram de sucesso e que muitas vezes vem acompanhado de um emprego, somas de dinheiro, casamento, filhos, carro, casa própria e férias uma vez ao ano. Pois se é assim que vivem todas as pessoas, quem serei eu para dizer o contrário e querer fazer diferente?
Vivemos uma liberdade ilusória, achamos que temos tudo, quando na verdade estamos vazios. Creditamos a nossa felicidade na compra do próximo sapato, no jantar naquele restaurante bacana, na viagem a praia no feriado prolongado. E essa felicidade dura pouco. Dura menos que o sapato, o tempo do jantar e acaba num fim de tarde, num domingo, véspera da segunda-feira, quando somos obrigados a voltar para a realidade que nos permite pagar a fatura do cartão de crédito. E assim seguimos, com a garganta seca, o sono em dia e as contas pagas. E quando é que pensamos na liberdade? Será que sabemos o que é a verdadeira felicidade?
Não é fácil ser livre (muito menos feliz). Liberdade não significa apenas abdicar de uma vida regrada, pois a verdadeira liberdade não é colocar uma mochila nas costas e fugir para outro continente. Ser livre verdadeiramente significa olhar para dentro e se enxergar de verdade. E esse é, talvez, um dos exercícios mais difíceis de se fazer, afinal, aprendemos tanto sobre quem tínhamos que ser, que esquecemos de nos perguntar quem gostaríamos de ser. Não fomos ensinados a nos encarar de frente, a viver a verdadeira liberdade, essa que nos vem sendo cobrada ultimamente. E, por isso, temos medo de assumir aquilo que acreditamos, pois ainda vivemos sob os holofotes dos julgamentos alheios. Ora, se ainda tememos ser julgados, a liberdade, então, seguirá nos sendo ilusória.
Com os intensos trânsitos astrológicos que estamos vivendo nesses últimos anos, o mundo vem pedindo verdade, mas para que haja verdade com o mundo, é preciso, antes de tudo, que exista verdade consigo mesmo.
Você por acaso já parou para pensar em quem você é de verdade?
Por: Juliana França – juliana@ohumanoemnos.com.br
por Juliana França | jun 22, 2014 | Auto-conhecimento, Psicologia
*foto: Juliana França
Fazer escolhas não costuma ser fácil para ninguém. Os signos de ar pensam demasiado. Os de terra analisam cada detalhe, os de água se sentem confusos e os de fogo geralmente saem passando por cima de tudo. Fui bem genérica no meu comentário, mas foi apenas para ilustrar um pouco como os elementos de nossos signos nos influenciam nesses momentos. A grande questão é que todos nós estamos cercados de dúvidas e de escolhas a fazer e decidir um caminho sempre vai nos parecer complicado.
Fazer uma escolha significa abrir mão e nem sempre estamos dispostos a abrir mão de algo. Somos tão cheio de certezas e objetivos, que a simples possibilidade de falhar em algo ou perder alguma coisa, já nos deixa loucos. E o que é viver senão estar constantemente abrindo mão de algo?
Quando fazemos uma escolha, geralmente já entramos em determinada situação cheios de expectativas. Esse, talvez, seja o nosso maior erro em começar algo. A expectativa quase sempre vai gerar frustração, pois o viver vai além da nossa imaginação. Imagino que, justamente por isso, sempre ficamos com um certo medo quando temos que decidir alguma coisa. Pelo medo de falhar, das coisas não acontecerem exatamente como esperamos. E, presos nesse medo, sofremos.
Uma escolha sempre envolve um risco, mas sempre nos traz também muitos benefícios e aprendizados (se formos capazes de enxergar). Podemos viver nossas escolhas com plenitude se não nos deixarmos levar por nossos medos, nossos apegos ou nossas expectativas. Aprender a dançar com a vida, essa é a grande lição das escolhas. Sempre teremos prós e contras, nada será exatamente como imaginamos. Mas se nos entregamos às situações, vivemos com mais plenitude, aceitamos o que nos acontece, somos gratos pelo que temos.
Quando escolhemos por um caminho, temos que vivê-lo. Se estamos sempre presos no que deixamos para trás, ficaremos sempre fazendo comparações: “ah, mas se eu tivesse escolhido de outra forma, tal coisa teria acontecido.” A grande verdade é que você nunca saberá o que teria acontecido, pois você nunca viveu aquilo. Portanto, abrace as suas escolhas e seja grato a elas. Foram as escolhas que você fez no passado que fizeram que você fosse quem é hoje e são as escolhas do presente que desenharão o seu futuro.
Consciência e gratidão são as palavras chaves para se viver feliz, livres do peso das escolhas mal feitas, pois não existem escolhas mal feitas, existem escolhas necessárias.
por: Juliana França – juliana@ohumanoemnos.com.br
por admin | fev 8, 2014 | Astrologia, Psicologia, Uncategorized
Um dia recente…
Estou saindo do estacionamento de um banco e ao sair uma moça dentro de uma SUV bloqueia meu carro. Aproximo-me e aviso que estou de saída, peço para que ela se afaste para liberar meu carro, ensaio alguma simpatia oferecendo minha vaga.
Entro em meu carro e aguardo.
Nenhum movimento, nenhuma resposta. Lembro que é melhor ter paciência, ela continua teclando seu celular, alheia ao meu tempo.
Penso otimista: ela já deve ter ligado a ignição.
Espero…..
Passam-se cinco minutos, começo a sentir aquela impaciência desconfortável de quem está sendo desrespeitada. Arrisco…. buzino…..
Sou atacada por insultos, com direito a receber na cara o gesto típico do dedo anular em riste.
Ela continua teclando, e eu tendo que ficar no tempo dela.
Segunda cena
Caminho em uma avenida, que por acaso naquele momento estava deserta.
Em minha direção um homem com aparência soturna, com claras evidências de ser mendigo. Penso, um craqueiro que virá me assaltar.
Sinto o desconforto do medo, resolvo ir em sua direção e aborda-lo com um bom dia.
Ao que ele responde: A senhora sabe que andar por aqui é muito perigoso?
-Não sabia, respondi.
-Vou acompanhá-la para protegê-la.
Estava ã frente de alguém esquecido e desprotegido pela sociedade que me oferecia proteção, agradeci emocionada.
Gestos distintos que traduzem os extremos: Uma jovem em sua SUV e um mendigo que oferecem o que tem!
Como entender nós humanos?
“Somos poeira de estrelas” disse Carl Sagan retratando de modo lírico nossa participação no universo. Somos parte de uma sinfonia e implicados na realidade que compomos.
Para a Astrologia somos um fractal do universo, e trazemos registrado no instante do nosso nascimento as dinâmicas a serem desenvolvidas para evolução das melhores qualidades do que é humano em nós. Temos uma dimensão cósmica.
Nossa capacidade de reconhecer, organizar e internalizar nossa humanidade vai ao encontro de nossa responsabilidade em assumir que somos co-autores, e implicados em uma realidade muito maior que a nossa racionalidade pode abarcar.
Nesse momento, o céu nos está convidando a repensar nossos relacionamentos, e a nossa responsabilidade em sustentar a sensibilidade, de ser tocado por um outro humano, que sente as mesmas fomes, as mesmas dores, e os mesmos medos que nós.
Em épocas de afirmar as diferenças, estamos sendo convidados para nos reconhecer.
Refletir sobre solidão no meio da multidão, refrescar nossos olhos para enxergar a beleza de sermos nós.
Será que nas nossas contas de solidão, estamos deixando de computar que somos sós por evitar os nós?
Por: Lu Teixiera – lucia@ohumanoemnos.com.br
por admin | jan 29, 2014 | Netuno, Peixes, Psicologia, Quíron
Ver é muito complicado, abrir o olhar em perspectiva é um desafio que exige um horizonte amplo em nossa mente – Vê mais, quem sabe mais. Não o olhar físico de quem fala: é claro que estou vendo, é uma montanha, é uma árvore, é um passarinho, ou daquele que não vê mais nada, tão míope e absorvido pelo medo de se perder no que não quer ver. Estou falando do olhar que enxerga.
Estou falando de se permitir um olhar fresco sobre todo o já sabido, um convite para parar de classificar arquivos mortos, e se inebriar com o vivo, o presente, se deixar tomar pela alegria de ver de novo o novo.
O que nos proporciona essa visão, esse portal que permite vislumbrar o que ainda não se revelou é a nossa intuição.
Conversar com a vida, restituir o movimento das coisas, e pela imaginação atravessar o ordinário. Permitir que a experiência da visão seja o guia que nos move. Ter a coragem de se afirmar: Sempre eu, mas não o mesmo!
Para mim são essas as chaves para a transformação, tema muito relevante para quem como eu, trabalha com o propósito de instigar reflexões e o desenvolvimento de pessoas.
Assim pensei em fazer uma releitura de Quíron, que nestes tempos caóticos, orquestrará as mudanças em nossas vidas até fevereiro de 2019. Um mito que nossa visão treinada para não ver, para desconfiar, para nos defender do que não temos repertório para entender, colocou como símbolo de auto-sacrifício e sofrimento. Ícone da espiritualidade vazia.
Quíron, o centauro imortal abandonado pelos pais e adotado por Apolo, foi iniciado nas artes: de curar, de saber e de criar. Em um momento se fere com uma flecha envenenada e torna-se condenado ao sofrimento e à dor eterna.
Esse recorte, visto por uma cultura de condenação e medo, se presta para reforçar nosso vício de reduzir um amplo espectro de potências à impotência.
Quíron ficou conhecido como o mito do médico ferido, aquele que por saber da dor, se torna curador do outro, mas sente-se impotente diante da própria dor.
Um arquétipo que se encaixa plenamente na nossa cultura judaico-cristã, que valoriza o sofrimento, e a culpa como redenção.
Em tempos de re – significar nossa cultura, não seria o centauro, como um símbolo da força de coesão entre o humano e o instinto, o caminho da transformação?
Quíron, foi iniciado em artes, filosofia, terapias curativas, poesia, musica, ciência e profecia. Tutor de grande heróis gregos como Aquiles, Hércules, Jasão, Asclépio. Trocou sua imortalidade para libertar Prometeu de seu castigo, por ter entregue o fogo à humanidade.
Esse mito tão vinculado às artes e aos heróis ficou por nós estigmatizado como o mito do auto-sacrifício, fixados que somos em religiosidades infantis.
Estes tempos pedem novas respostas para novas realidades!
Muitas vezes perdemos de vista a alegria e ficamos fascinados com as mazelas que solicitam nossas “bondades”. Temos ainda como gozo o medo e o castigo.
Quíron em Peixes anunciado como fazedor de ilusões, fantasias, piedade, auto sacrifício e descaminhos, pode estar sendo injustiçado quando associado à preconceitos que constrangem o seu sentido.
Me arrisco a afirmar que Quíron como chave da transformação, está nos cobrando uma reparação da sua triste figura. Deve estar farto de ser usado como justificativa de curadores, que por não se disporem a se tratar, se dão em sacrifício como curadores de outros.
Deve se sentir reduzido, a ser associado à dor e ao sofrimento, endossando este caminho como única via de redenção da humanidade.
Nesse momento em que Quíron, de mãos dadas com Netuno, visita o signo de Peixes, vale a pena lembrar da última passagem dessa dupla por esse signo. Na década de 60, quando eclodiram várias revoluções, estavam eles presentes: na revolução hippie, na contra-cultura, disseminaram a paz e o amor, dançaram nus em Woodstock, fizeram o amor livre e brincaram de expandir a consciência. Fizeram a arte borbulhar nos quatro cantos do planeta, revelando novos horizontes e caminhos originas para redesenhar nosso futuro.
A arte foi a grande mobilizadora desses movimentos, nos fazendo enxergar o invisível e libertando a nossa imaginação.
Estou apostando que esse retorno de Quíron/Netuno em Peixes, trará uma nova revolução instigando-nos a reconectarmos com o que temos de prazer criativo em nossas vidas, e, honestamente, questionar a que Deus depositamos a nossa espiritualidade.
Aliás, espiritualidade é outro tema dessa dupla, mas ao contrário das religiões ordinárias, propõem um mergulho profundo na nossa natureza humana e instintiva, uma comunhão com a nossa essência e o compromisso com a vida que estamos escolhendo.
Não ao fanatismo, não às bondades masoquistas, não à excitação do misticismo.
A nova religião de Quíron/Netuno em Peixes nos convida a criar pontes de expansão ao que é realmente humano, uma religação com nosso desenvolvimento, incluindo variados aspectos da nossa auto-expressão. Somos criadores do nosso projeto de evolução, acoplando informações, integrando nosso ser, ampliando intercâmbios.
Conectados com o universo, somos criadores. Como criadores somos responsáveis por resgatar o prazer de realizar vida.
Qual Quíron vamos escolher para nos revelar no século XXI?
*Por: Lu Teixeira – lucia@ohumanoemnos.com.br