O triângulo das águas: quando a vida pede sensibilidade

 

Estamos vivendo o que na astrologia chamamos de triângulo das águas: Netuno em Peixes, Saturno em Escorpião e desde o dia 25 de junho já sentimos a entrada de Júpiter em Câncer. O que tudo isso significa? Nossos 3 signos de água no zodíaco, muito bem povoados, estão trazendo muita sensibilidade para as nossas vidas e para o mundo em geral. Estamos num momento de (re)viver os conceitos de amor coletivo, resgates familiares, encontros mágicos, realizações positivas, vidas em transformação.

O que o mundo clama agora é por amor, seja ele qual for. Mas ao mesmo tempo, somos fortemente colocados frente a frente com os nossos piores medos. Saturno em Escorpião faz bem esse serviço de trazer para a superfície as nossas inseguranças e tudo o que já estava ficando ruim começa a piorar. Em compensação, a força de expansão de Júpiter em Câncer é muito positiva e reforça tudo aquilo que é bom para nós, trazendo grandes presentes do Universo e potencializando tudo de bom que deve acontecer.

O momento pede coragem pra olhar pra dentro, se questionar, fazer a faxina que Saturno nos pede: jogar fora tudo aquilo que não nos serve mais, todos os sentimentos ruins que acumulamos, nossos medos e temores mais profundos. Todos eles estão aparecendo para serem enfrentados e então transformados. E toda essa transformação se tornará mais leve se usarmos todo o nosso amor e compaixão por nós mesmos nesse processo. Precisamos acolher a nossa jornada, olhar pra dentro com atenção e, então, provocar todo esse renascimento que tanto necessitamos.

Olhar pra si com amorosidade, dar-se uma segunda chance de ser feliz e ir em busca dos seus sonhos: é o que o mundo nos pede nesse momento.

Coragem, 2013 está apenas começando. 🙂

Sobre o que aprendi com a morte

 

Minha avó era uma mulher forte. Aos seus 94 anos de idade o sorriso permanecia no rosto, nenhuma doença era capaz de lhe abalar. Mãe de 9 filhos e avó de 21 netos, era a típica matriarca nordestina, que não deixava comida faltar em casa: pois sabia que família feliz é família bem alimentada. E todos os encontros se davam ao redor daquela grande e farta mesa: almoços, jantares, comilanças. Todos muito bem alimentados. O elogio também não podia ser diferente: “Ta bonita, minha filha! Ta gorda!” E mesmo que isso incomodasse, a gente sabia que essa era a forma como ela via a beleza.

Nessa semana essa mulher se foi. Um suspiro como despedida, morreu como sempre quis: saudável e sorrindo. O susto foi grande para todos, claro. Com toda a sua força, imaginávamos que ela fosse agüentar mais uns bons anos de festanças.

Com a sua morte, um misto de sentimentos e aprendizados vieram. Não é fácil lidar com essa dor. A ausência incomoda, os dias passam a ser planejados com outro sentido. Nada permanece igual. A morte nos tira algo valioso, mas nos faz lembrar do significado mais importante da nossa existência: a vida. E ao lamentar a partida da minha avó, comecei a me questionar sobre a minha vida e o sentido que vinha dando a ela.

Encarar a morte como algo necessário e aprender com isso, nos faz passar pela dor de forma diferente. Visualizamos o quanto a fé é importante e como deixamos para depois as coisas que realmente nos são valiosas. Muitas vezes vivemos como se fôssemos eternos e esquecemos que esse dia chegará para todos nós. Ao lamentar o passado e viver a ansiedade do futuro, esquecemos de viver o presente e agradecer por todas as situações que nos são colocadas como oportunidade de crescimento e aprendizado. Esquecemos de quem realmente importa e do que realmente tem significado para nós. Quais são os nossos reais valores? O que nos motiva verdadeiramente?

Com a morte da minha avó, o que fica não é a dor. É a gratidão. Gratidão pela minha história de vida, pelo exemplo de integridade e força que me foram passados e que hoje carrego comigo, e pelos ensinamentos que ficaram também com a sua partida. Ver a situação sob esse ângulo, me faz mais tranqüila, pois me faz enxergar o verdadeiro sentido da vida: a felicidade. E essa felicidade está nas pequenas coisas, naquelas que de fato dão sentido à nossa existência, em tudo aquilo que não é material, mas é eterno, como a fé e o amor.

Obrigada, vó, por me ensinar tanto.

Sobre julgar e ser perfeito – Saturno e suas cobranças

 

Nesses últimos dias fiquei refletindo sobre a nossa capacidade e rapidez em julgar. Comecei a pensar sobre isso lendo o livro ‘Comunicação não-violenta’, que me foi recomendado no curso de Cultura de Paz que fiz no ano passado.

Na astrologia, Saturno é o planeta do julgamento, aquele que cobra, coloca as coisas no lugar, olha torto e tenta organizar tudo. Ele é taciturno, metódico e talvez aja assim pautado pelo medo. E o medo, muitas vezes, é decorrente da necessidade que temos de ter total controle sobre algo. Saturno quer controlar e por desejar isso, acaba julgando quando algo não sai do jeito que gostaria.

Fazendo esse paralelo, me observando e observando as pessoas e situações ao meu redor, percebi que sempre estamos prontos para julgar o que quer que seja. Também comecei a observar a falta de costume que temos de tecer elogios e dizer quando gostamos de algo. Por que será que é mais fácil observar sempre o que está em desacordo?

Quando avaliamos algo, estamos sempre colocando aquilo sob uma ótica que talvez não seja a mais adequada. Ao julgar, nos esquecemos de uma premissa muito simples: somos todos seres diferentes, com visões de mundo diferentes e perspectivas diferentes. Ao mesmo tempo, tudo o que buscamos é a plena felicidade e tentamos consegui-la à nossa maneira, seja ela qual for. Esse conceito de certo e errado nunca fez muito a minha cabeça, porque nunca acreditei que pudesse me pautar por regras alheias.

A busca pela perfeição, muitas vezes, acaba fazendo com que nós afastemos da gente aquilo que acreditamos que não podemos ser. Colocamos embaixo do grande tapete do inconsciente os nossos “defeitos”, para que ali fiquem escondidos juntos com o nosso lado pior. A única coisa que esquecemos é que não adianta esconder, pois um dia tudo isso vem à tona.

Reconhecemos no outro aquilo que somos. Reconhecemos no outro o defeito que temos e não queremos assumir e por isso nos incomoda a não perfeição das coisas, pois não somos perfeitos e a sociedade nos cobra essa perfeição dia após dia, seja na escola, na família ou no trabalho. Mas todos esses que nos cobram uma perfeição, também não são perfeitos. Então por que tanta cobrança? Será que não seríamos mais felizes se pudéssemos assumir que não existem defeitos, pois não existe perfeição? Por que insistimos em rotular tanto, rotular tudo?

Eu não sou perfeita. Eu sou bastante. Experimente você também ser bastante, com todos os sentimentos e sensações que te pertencem, que são seus. Não se julgue. Esse é o primeiro passo para também não julgar o outro.

 

*Comunicação Não Violenta – Marshall Rosenberg, Ed. Ágora

Ensaio sobre o amor livre – Netuno em Peixes

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O que é o amor senão livre? Não entendo tantas barreiras que colocamos neste sentimento, sempre rodeado de temores ou rótulos.

O trânsito de Netuno em Peixes traz para o mundo, neste momento, uma necessidade de revisão desse sentimento. Uma revisão do ego e da forma como nos relacionamentos com o coletivo.  É o momento de olhar para dentro e para fora, entender o amor universal como uma necessidade básica e não como um luxo desnecessário. Mas para amar é preciso escutar e escutar significa aceitar, sem julgamentos.

Quando falo sobre amor livre, não quero dizer que sou a favor de traições ou coisa do tipo. O amor por si só é livre, nós é que temos mania de aprisioná-lo, pois somos apegados. Amar gera ansiedade, pois vemos nisso a busca da perfeição. Estar com o outro é estar consigo, pois o outro nos apresenta as nossas sombras, os nossos medos e isso nos assusta, porque não nos conhecemos. Mas o outro também ascende em nós o que temos de melhor e essa troca pode ser maravilhosa quando nos permitimos vivenciá-la com inteireza.

Netuno vem falar de amor, um amor próprio e pelo outro. Uma preocupação com o coletivo, intuição e fluidez. Entregar-se a Netuno é entregar-se a uma força que nos mostra que a solução de um problema qualquer, às vezes, só pode ser encontrada quando desistimos de tentar descobrir uma resposta. Portanto é o momento de nos conectarmos com o nosso coração, a nossa intuição e os nossos sentimentos mais puros.

Deixar o amor acontecer, em seu ritmo, no seu tempo. Entregar-se aos sentimentos e experimentar essa doce experiência sensorial. Não impor barreiras, não criar rótulos e entender que o que deve permanecer, permanece o tempo que lhe é necessário. E aceitar que quando terminada a sua hora, ele também se vai, e se ressignifica. O amor, uma vez amor, será sempre amor. Ele contém todos os sentimentos dentro de si, por isso é o maior de todos. Ele não tem explicação, é fluido como a água e por isso limpa e renova os corações. O amor livre é o amor que simplesmente é. É genuíno, simples e sem regras. Amor que alimenta, que preenche e não abandona, mas também não se apega e não julga, mas ensina e aprende. Porque amar também é deixar partir.

Sobre mudanças possíveis

 

Querido você,

Acabo de me dar conta de que hoje completo 2 meses em Porto Alegre. Uma mudança de vida, não só de cidade. Confesso que não foi fácil tomar essa decisão e abandonar tudo para recomeçar do zero. Uma casa nova, numa terra meio desconhecida, emprego novo, amigos novos, tudo por descobrir. Cheguei aqui com 2 malas e um sonho: ser feliz. Bom, não posso dizer que eu não era feliz em São Paulo e isso me martelava muito na cabeça quando eu pensava que aqui encontraria felicidade.

Nesse percurso, entendi que a felicidade tem que vir de dentro, não pode estar condicionada a algo ou alguém, talvez esse seja o grande segredo do desapego. Nesse sentido eu estava bem, São Paulo não era uma cidade que me incomodava tanto, eu conseguia viver harmonicamente com os seus contrastes. Cada vez que alguém me questionava sobre a minha decisão, eu também me questionava. Pra mim era claro o querer sair de São Paulo e vir para Porto Alegre, era algo intuitivo, como um chamado, sem muitas explicações. E eu sempre fui assim, meio sensitiva, por isso resolvi segui-lo. As explicações foram se formulando com o passar do tempo, com os questionamentos que foram surgindo.

Agora, depois desses dois meses, eu estou começando a entender o meu papel na cidade e o motivo real da minha mudança. Tem sim a ver com a minha intuição, ou talvez com a minha vontade de transformar algo aqui dentro e ao redor. Em 27 anos de vida eu nunca havia sentido uma sensação tão clara de pertencimento a um lugar como sinto hoje aqui.

É estranho uma pessoa que já se mudou algumas vezes dizer isso, mas acredito que essa sensação tem a ver com uma aceitação de si mesmo, muito mais do que um espaço físico. Eu nunca me senti pertencente, porque nunca havia me permitido ser eu mesma. E eu nunca fui eu mesma, porque nunca havia parado o tempo suficiente para me conhecer de verdade. A medida que essa descoberta foi acontecendo e que eu fui reconhecendo as minhas necessidades, meus sonhos e meus valores, eu fui identificando o que realmente fazia sentido para mim. Mais do que identificar, aceitar é o mais importante. Porque quando você se aceita tal e qual é, tudo ao redor passa a ter uma significado diferente. Você passa a ser o centro da sua vida e a fé em si mesmo começa a falar mais forte do que as dúvidas e medos de ser aceito e amado.

Posso dizer que hoje eu estou feliz, porque sou feliz. E Porto Alegre apenas potencializa isso em mim, porque a minha intuição estava certa ao me trazer pra cá. Durante toda a minha vida fui presenteada com o encontro de pessoas muito especiais, mas a sensação que tenho é de que aqui estou finalmente encontrando, aos poucos, os meus irmãos de alma. Para quem sempre se sentiu um peixe fora d’água, por ter idéias e pensamentos tão diferentes, ter essa sensação de irmandade é algo mágico, que preenche o coração de tal forma, que a minha vontade é de abraçar todo mundo que encontro na rua, só para poder compartilhar um pouco dessa minha alegria. Imagino que eu poderia ter encontrado isso em São Paulo, Goiânia, Granada ou qualquer outro lugar por onde já passei. Mas a minha intuição me trouxe para cá pois era aqui que eu tinha uma missão a cumprir. Que missão é essa? Ainda não sei e não tenho pressa em saber. Depois que entreguei as rédeas da minha vida para o destino, sei que boas surpresas virão em forma de aprendizado e que cada passo será em direção de uma utopia ‘possível’.

Quando eu digo: siga o seu coração, é tão simples quanto parece. A gente sempre sabe o que quer de verdade, a gente só tem medo de aceitar esse querer. Eu não tive medo e recomendo que você também não tenha.

Seja feliz.

*A intuição em alta não é apenas um privilégio meu. Esse é um dos significados de Netuno em Peixes, que neste mês está mais fortificado com a presença de outros planetas como Mercúrio, Sol e Vênus também no signo de Peixes. Falarei mais sobre esse ‘efeito’ no próximo post.