A arte de se reinventar diariamente

A arte de se reinventar diariamente

Reinventar-se não é uma tarefa fácil. Exige coragem, vontade, energia. Às vezes a vida joga a gente de um lado pro outro, nos pega de surpresa e faz com que sejamos obrigados a tomar decisões que podem gerar impactos importantes para o nosso futuro. Que caminho seguir? Para onde ir?

Sim, eu sei que tem hora que o que a gente quer é só pedir para que o mundo pare de girar. Dá pra parar um pouquinho, só pra eu poder descansar? Mas ele não para e dá aquele nó na cabeça. E o que fazer?

Nesses momentos, em que tudo parece desabar, não há escolha mais sábia do que respirar. Respirar profundamente, sentindo o ar tomando conta de todo o corpo. E lembrar que toda tempestade, por pior que seja ou pareça, acaba. Não existe nada que dure para sempre, por pior ou melhor que seja. Nenhum inverno é eterno e todo verão também tem seu fim. Então, sejamos coerentes com a nossa essência. O primeiro passo para nos entender é tentar entender quem nós somos de verdade. Quais são os meus anseios mais primordiais? O que me faz realmente feliz? Eu tenho me feito essas perguntas diariamente durante alguns anos. Confesso que não é algo simples de responder. Mas acordar e me perguntar isso faz com que eu me coloque em prova diariamente.

Desde que comecei a me questionar, fui tomando mais consciência do que sou e do que busco. Do que me faz feliz. E a felicidade não é algo simples. Ao meu ver, a felicidade é algo bem complexo, pois envolve diversas variáveis. E é isso, estamos equilibrando pratos diariamente para fechar essa equação. Mas no final de tudo, você percebe que de todas as coisas que te fazem feliz, as mais significativas são as mais simples. Um abraço verdadeiro, um sorriso, um olhar com presença. E são esses detalhes, que, se somados, mudam por completo o curso de um dia ou transformam um problema em algo simples de se resolver. Portanto, no meu dia-a-dia, quando enfrento uma situação de estresse, tento me conectar comigo mesma e, após respirar profundamente, perceber o que de mas verdadeiro tenho dentro de mim. Fazer isso é ancorar-se em si mesmo. É buscar forças no que somos de fato, na nossa verdade. E quando encaramos a nossa verdade cara a cara, toda e qualquer reinvenção se torna viável, pois o externo passa a não nos amedrontar mais.

2018: o ano de Saturno

2018: o ano de Saturno

foto por: Juliana França

2018 é o seu ano. O ano de todos os planetas. Porque não podemos excluir absolutamente nada da grande importância da interdependência planetária e da vida. E a astrologia é isso, uma dança de planetas que se comunicam a todo o momento, todos te afetando e afetando o mundo de alguma forma.

Mas 2018 é um ano especial. É o ano em que Saturno, o planeta do tempo, do controle, dos objetivos bem estabelecidos, volta a casa. A casa de Saturno é o signo de Capricórnio, o signo que carrega os mesmos significados deste planeta. E o que isso significa?

Quando voltamos à casa, estamos bem. Nos sentimos relaxados, felizes, num território conhecido, que nos dá sensação de conforto. Posso dizer que esse movimento astrológico tem um pouco disso. Saturno não é um planeta muito fácil. Ele gosta de ter o controle, tem objetivos muito bem definidos e, portanto, é muito organizado. Saturno pede realização. Ele analisa e planeja bem, pois gosta de resultados de sucesso. Saturno em casa, esse aspecto que marca o ano de 2018, significa determinação. Significa um momento bom para planejar e colocar em prática tudo aquilo que desejamos. Ele nos dá essa vontade de realizar, de lutar por algo que acreditamos.

2017 não foi um ano fácil em muitos aspectos e para muitas pessoas. Ainda estamos vivendo as conseqüências dos terremotos das mudanças e transformações de Urano e Plutão, mas 2018 nos traz um respiro com esse aspecto de Saturno. É como se, pela primeira vez, nesses últimos 10 anos, sentíssemos o chão mais firme sob nossos pés. Mas não é que o chão esteja mais firme, é que estamos mais fortes. Passamos por tanto nesses últimos anos, que a vida parece um pouco mais fácil. Já somos capazes de tirar certos problemas de letra e nem reconhecemos mais a palavra problema. Tudo agora passa a se tornar um desafio, e Saturno gosta de enfrentar desafios. Ele é inteligente e perspicaz. Ele tem medo também, mas agora ele está em terreno conhecido, então ele traz confiança.

Portanto, para 2018, seja qual for o terreno em que você estiver pisando ou os seus planos futuros, não tenha medo. Esse é o momento de agir. De fazer os planos se tornarem realidade, de construir e de colocar em prática tudo aquilo que estava no papel já há algum tempo. É tempo de semear e de colher, de acreditar e ser firme com os seus propósitos. Acredite nos seus pés. Acredite no seu feeling. Esse aspecto costuma durar 2 anos e meio, então, pelos próximos 2 anos, aproveite para tirar do papel os seus projetos, para aproveitar a força que esse aspecto vem nos trazer.

Feliz 2018, o seu ano!

 

 

Juliana França é astróloga com estudos em psicanálise, psicologia junguiana e antroposofia. Saiba mais sobre seus atendimentos.

 

Mercúrio retrógrado: um momento de reflexão

Mercúrio retrógrado: um momento de reflexão

No último dia 02 de dezembro Mercúrio ficou retrógrado no céu, afetando o planeta Terra e as nossas vidas como um todo. Mas o que isso quer dizer? Toda vez que um planeta fica retrógrado, significa que ele anda para trás. Esse é um fenômeno bem natural entre os planetas e acontece pelo menos três vezes por ano com Mercúrio.

Mercúrio é o planeta da comunicação, dos pensamentos, da forma como nos expressamos e entendemos o outro. Quando ele fica retrógrado, ele pede a revisão desses temas que ele rege.

Mercúrio estará retrogrado no signo de Sagitário até o dia 23 de dezembro e isso quer dizer que esse é um momento de ouvir mais do que falar. Avaliar de onde vêm as nossas projeções, pois muitas vezes escutamos o que cremos, mas não o que é real. Se paramos para realmente ouvir e não reagir, entenderemos mais sobre nós e sobre o outro.

Este é um momento também para rever as nossas crenças, para nos jogarmos dentro de nós mesmos, analisar a nossa relação com o divino e a espiritualidade e os nossos planos de crescimento. Para onde queremos ir? O que de fato nos motiva na vida?

Este fenômeno coincide com o fim do ano, um período já natural de balanço sobre a nossa vida no ano que se finda. Então, aproveite essa oportunidade e tente se escutar mais. E, nesse escutar, tente também entender o que você busca. O que você espera para o futuro? Como você quer começar este novo ano? Como você se conecta com o seu Eu maior? Este trânsito é muito propício para essas reflexões.

Tente se acalmar, pois desentendimentos são comuns nesse período. A fala fica apressada, desconexa e isso abre espaço para discussões desnecessárias. Respire antes de discutir e reflita: o que realmente é do outro e o que é seu?

Aproveite esse momento para se conectar com você mesmo e se sentir no seu eu mais profundo. Todas as respostas estão ai dentro de você e não fora, como quase sempre achamos. E não tenha medo, pois Mercúrio retrogrado (ainda mais em Sagitário) é um presente para todos aqueles que querem conhecer melhor a sua própria grandeza.

 

 

Juliana França é astróloga com estudos em psicanálise, psicologia junguiana e antroposofia. Saiba mais sobre seus atendimentos.

O medo que nos habita

O medo que nos habita

Foto por: Juliana França

Todos os dias eu acordo com medo. Basta abrir os olhos e já sinto o coração dar uma leve disparada. Onde estou? O que estou fazendo da minha vida? Como será o meu futuro? E percebo que sempre que penso no futuro o coração dispara. Sinto uma certa angústia. O tal medo que vem em forma de névoa. Aos poucos vou me repetindo que está tudo bem e não preciso me preocupar. O futuro é feito do presente, então vou tentando me concentrar no agora para dissipar a ansiedade. Respiro fundo, sinto o ar entrando e tomando conta do meu corpo. Sinto meus pés, pernas, braços, mãos. Penso em tudo o que posso realizar, tomo consciência do meu potencial. Agradeço. Me levanto.

De uns anos pra cá essa tem sido a minha rotina diária. O medo em quem escolhe um caminho não convencional também existe, afinal, o mundo nos coloca muitas obrigações e nos vende que precisamos ter seguranças no futuro. Quando você percebe, está vivendo em função do futuro e não do presente. Esquece de saborear a comida, de se abrir para os encontros que o acaso traz, de aceitar o novo, de se jogar no inesperado.

O medo vem e de nada adianta lutar contra ele. Todos os dias ele me acorda, mas eu aprendi a encará-lo de frente. A olhar bem fundo em seus olhos e me acolher. A medida em que eu fui entendo a sua existência e o aceitando em minha vida, eu percebi que ele foi ficando mais fraco. Não que ele tenha perdido força, mas o acolhimento que resolvi dar a ele fez com que nos tornássemos mais íntimos, pois eu passei a entendê-lo melhor. E por entendê-lo melhor, eu passei a me assustar menos.

Como lutar contra algo que é seu? A questão está em não lutar, mas acolher. Porque quando você acolhe, você abre espaço para entender e, então, mudar. Foi acolhendo o meu medo que eu descobri a coragem que tenho. O medo se transformou em força. A coragem de percorrer os caminhos desconhecidos, de aceitar o novo e celebrar a vida.

O meu medo não é maior do que a minha coragem, pois eles são a mesma energia. Então, agora, sempre que me desperto pela manhã e sinto medo, agradeço por ele estar ali. Pois ele me mostra o quão forte eu sou.

 

 

 

Juliana França trabalha com astrologia terapêutica, sob a visão humanista. Também tem estudos em psicanálise, psicologia junguiana e antroposofia. 

Para entender melhor a infância

Para entender melhor a infância

Foto por: Juliana França

Se eu fosse escolher um planeta para definir a infância, ele seria Júpiter. O grande expansor, que abre portas e caminhos, e que tem um quê de sabedoria também. A infância, ao meu ver, é um momento de completa expansão. A criança é como uma semente, sedenta por uma boa terra fértil para ser plantada e condições favoráveis para se desenvolver. E nós, adultos, somos responsáveis por isso, por prover a boa terra, adubo e regar no tempo certo. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.

Após um ano intenso imersa no mundo infantil – sob a ótica da antroposofia -, entre crianças, pais e professores, o que percebi é que ser criança não é nada fácil e óbvio. A sensação que me vem é que a primeira coisa que tentamos fazer é limitar as nossas crianças, até porque um dia também fomos limitados. Queremos transformar a energia de Júpiter em Saturno e transformar a expansão e descoberta em controle, afinal, vivemos num mundo cheio de obrigações e compromissos, onde somos obrigados a dar frutos em terreno arenoso. Queremos fazer o espaço caber em caixinhas, transferimos as nossas angústias aos nossos pequenos, na ânsia de fazê-los “melhores”. Melhores pra quê? Pra quem?

Sabe, num momento de tristeza, quem chora é a sua criança. Num momento de dor, quem sofre é a sua criança. Todos nós temos uma criança interior que sente os traumas e as feridas do passado, da tentativa de um ajuste a um terreno não propício para si. As crianças, assim como nós, carregam em si uma vontade imensa de fazer, de descobrir, de amar. Você já reparou que quanto menor a criança, menos medo ela tem? Elas aprendem a andar caindo. Aprendem a falar errando. Aprendem a comer experimentando. Elas não buscam a perfeição (característica tão saturnina), elas buscam a experiência. Elas querem provar, desvendar, descobrir. Aprender. E nós ainda temos isso dentro de nós, na nossa criança interior.

Por isso, sempre digo que para entender de fato uma criança, precisamos entender e atender a nossa criança interior. Sem essa conexão o diálogo não se faz completo, não somos capazes de compreender plenamente as necessidades daquele serzinho que só quer afeto e proteção, assim como nós. Porque no fim das contas, para expandir e crescer, só precisamos de uma única coisa: amor. Então, para ajudar a criança externa, comece por dentro, doando-se auto-amor. Pois o amor é o melhor adubo, para toda e qualquer circunstância ou fase de vida.