por admin | jun 7, 2014 | Astrologia, Auto-conhecimento
*foto: Juliana França
Dizemos que um planeta está retrógrado quando, tendo como referência a terra, parece que este se movimenta para trás, pela astrologia, momento de revisão.
Mercúrio rege a comunicação, a inteligência, a tecnologia, o intercâmbio de informações. Em retrogradação, os assuntos relacionados ficam sujeitos a mal-entendidos, atrasos, obstáculos e imprevistos e estará retrogrado de hoje (dia 07/06) a 01/07.
Como entender a importância desse trânsito para nossas vidas, quando tudo parece depender quase que exclusivamente de comunicação e tecnologia?
Comunicar é criar acessos para ampliar experiências e compartilhar conhecimentos, explorar a diversidade, expandir nosso entendimento e participação no mundo de relação. Sem nos comunicarmos não fazemos sentido, por isso estamos nos especializando em ferramentas que facilitam nossa comunicação, para que esta fique cada vez mais e melhor, certo?
Nem sempre! Muitas vezes falamos e não contamos o que queríamos dizer, ou falamos coisas que não sabemos o que quer dizer. Esse é um grande problema de comunicação. Estamos tão expostos, e pressionados a falar, que cada vez mais o personagem que assumimos socialmente, fala por nós. Queremos falar o que agrada à todos, mas nem sempre o que falamos é verdadeiro. Na maioria das vezes o personagem que atuamos nos cala, emudecemos tanto que nem conseguimos mais escutar nossa voz… Resultado : confusão, desentendimento e solidão. Falência do nosso sistema de comunicação.
A exigência de respostas rápidas, a ansiedade por fórmulas mágicas, cartilhas para resolver problemas tem bloqueado o acesso ao nosso próprio pensamento, e impossibilitado nossa fala a partir de quem realmente somos.
Esse comportamento tem embotado raciocínios, sensibilidades e intuição. Na era da comunicação estamos cada vez mais rasos nas formas de expressão. Os textos se reduzem, o pensamento encurta e as inteligências se tornam ociosas, perdemos o sentido da expressão, da idéia de gerar idéias e experiências com elementos da informação.
Comunicar é um um processo em constante revisão, e a vigência de mercúrio retrógrado é um ótimo momento para avaliarmos se quando falamos, falamos à partir de nós, de nossos pensamentos, de nossas experiências, ou se citamos compulsivamente a fala de outros, usando referências bibliográficas para nos esconder.
Não nos damos conta que muita exposição massacra nossa capacidade de falarmos à partir do nosso verdadeiro ser. Somos constrangidos pelo personagem que criamos, e defendemos suas idéias, que nem nossas são, como nossa própria identidade.
Mercúrio é um planeta de ar, e deixar a inteligência respirar é ter a paciência de explorar o desconhecido, é aguentar o silêncio para ouvir o novo, é não ficar refém das certezas. Inteligência é acolhimento daquilo que chega estrangeiro em busca de espaço, é capacidade de reformular o já sabido. Pensar não é remoer, repetir, editar o que está posto. Pensar é deixar o fluxo das idéias surgir e compor para que sempre novos cenários se revelem. Enfim, saber se o que se quer dizer é o que está sendo dito já é um bom início para quem tem como propósito compartilhar a si mesmo, apostando que dentro de si existe uma verdade criativa, genial, saída da sua própria originalidade.
Na minha opinião Mercúrio fica retrógrado para pararmos e refletirmos se na ânsia de nos expressar, não estamos a repetir falas vazias, deixando nosso melhor amordaçado dentro de nós.
por: Lu Teixeira – lucia@ohumanoemnos.com.br
por admin | fev 8, 2014 | Astrologia, Psicologia, Uncategorized
Um dia recente…
Estou saindo do estacionamento de um banco e ao sair uma moça dentro de uma SUV bloqueia meu carro. Aproximo-me e aviso que estou de saída, peço para que ela se afaste para liberar meu carro, ensaio alguma simpatia oferecendo minha vaga.
Entro em meu carro e aguardo.
Nenhum movimento, nenhuma resposta. Lembro que é melhor ter paciência, ela continua teclando seu celular, alheia ao meu tempo.
Penso otimista: ela já deve ter ligado a ignição.
Espero…..
Passam-se cinco minutos, começo a sentir aquela impaciência desconfortável de quem está sendo desrespeitada. Arrisco…. buzino…..
Sou atacada por insultos, com direito a receber na cara o gesto típico do dedo anular em riste.
Ela continua teclando, e eu tendo que ficar no tempo dela.
Segunda cena
Caminho em uma avenida, que por acaso naquele momento estava deserta.
Em minha direção um homem com aparência soturna, com claras evidências de ser mendigo. Penso, um craqueiro que virá me assaltar.
Sinto o desconforto do medo, resolvo ir em sua direção e aborda-lo com um bom dia.
Ao que ele responde: A senhora sabe que andar por aqui é muito perigoso?
-Não sabia, respondi.
-Vou acompanhá-la para protegê-la.
Estava ã frente de alguém esquecido e desprotegido pela sociedade que me oferecia proteção, agradeci emocionada.
Gestos distintos que traduzem os extremos: Uma jovem em sua SUV e um mendigo que oferecem o que tem!
Como entender nós humanos?
“Somos poeira de estrelas” disse Carl Sagan retratando de modo lírico nossa participação no universo. Somos parte de uma sinfonia e implicados na realidade que compomos.
Para a Astrologia somos um fractal do universo, e trazemos registrado no instante do nosso nascimento as dinâmicas a serem desenvolvidas para evolução das melhores qualidades do que é humano em nós. Temos uma dimensão cósmica.
Nossa capacidade de reconhecer, organizar e internalizar nossa humanidade vai ao encontro de nossa responsabilidade em assumir que somos co-autores, e implicados em uma realidade muito maior que a nossa racionalidade pode abarcar.
Nesse momento, o céu nos está convidando a repensar nossos relacionamentos, e a nossa responsabilidade em sustentar a sensibilidade, de ser tocado por um outro humano, que sente as mesmas fomes, as mesmas dores, e os mesmos medos que nós.
Em épocas de afirmar as diferenças, estamos sendo convidados para nos reconhecer.
Refletir sobre solidão no meio da multidão, refrescar nossos olhos para enxergar a beleza de sermos nós.
Será que nas nossas contas de solidão, estamos deixando de computar que somos sós por evitar os nós?
Por: Lu Teixiera – lucia@ohumanoemnos.com.br
por admin | fev 6, 2014 | Astrologia, Escorpião, Plutão, Saturno
Olho para o relógio, são 7:30 da manhã de um dia que não volta mais. Me agito com a perspectiva da perda do tempo, vejo cada minuto escoando nos dedos que preparam o café, esse mesmo tempo que desbota meu corpo diariamente…
Agarro o tempo, quero fazer retroceder para que consiga lembrar de todo o tempo que consumi ontem, mas minha memória tripudia de mim…
Em Tempos Modernos, Hipermodernos, o ritual repetido da manhã é a prova que nossa pequena vida se defasa do turbilhão de informações que já habitam nossos computadores, que se aceleram, atualizam, reconfiguram, indiferentes à nós. Corremos, para captar o que de fato virou ato, com a sensação de estarmos sempre no ontem.
Onde deixamos aquele nós, que só no computador se revela, se anima, se alegra?
Os dias passam como acontecidos num tempo irreal, as aventuras que foram apresentadas ao nosso corpo, as infinitas possibilidades que nos seduziram somem, desaparecem como ar. Não temos memória para lembrar de tudo o que podíamos ter vivido num só dia. Ficamos frustrados, pois o que sobra é sempre um infinitésimo de tudo o que poderia ter sido.Compulsivamente nos procuramos em nosso computador…A sensação que todos estão disponíveis, sem limites, nos acalma.
Mas, o quê nos move?
Angústia, ansiedade, medo…excitação, fantasias, ilusões.
Em que dimensão acontece a vida enquanto em devaneio, prospectamos o que se espera de nós? Não sabemos, a cada novo dia vamos indo, sem saber para onde.
Nesses tempos fora do tempo, onde estamos cheios de pessoas que nos procuram para amizade, relacionamento e sexo, sem contato, sentimos que somos empurrados para frente, estamos sempre excitados, mas não saímos do lugar.
A aventura de fantasiar tudo o que seríamos se fôssemos outro, e se nos con – fundíssemos com muitos, expande a ilusão de sermos bem maiores de quem realmente somos.
Como sentir os chamados de mudança se perdemos a noção do tempo?
A vida real não é tão simples e nem tão ágil nos sentimentos. Os afetos e as emoções são âncoras para o amadurecimento, e é na paciência de viver em entreatos que o novo germina, e a vida vira poesia.
Nem sempre entendemos o momento que se apresenta, quando se completa um ciclo e o outro ainda está germinando, sentimos só confusão, medo e perplexidade.
Considerando que e-moção é o que nos move, ao evitarmos os fluxos da vida, substituindo o real pelo imaginário, eliminamos a emoção e o sentido de viver.
Como escutar o chamado de Plutão, se não conectarmos com nossas sinceras emoções? Como sentir que é o momento de partir se nem percebemos que chegamos?
Como nos apresentaremos frente a Saturno, o senhor do tempo, severo cobrador de responsabilidades, se ainda nem pensamos em crescer?
Transformação, alquimia, mudanças, morte e renascimento, deixar tudo virar cinzas para que surja uma nova Fênix, esse é o momento da recepção mútua de Saturno em Escorpião e Plutão em Capricórnio. Só uma certeza: momento de questionar.
A rotina que assegurou conforto, previsibilidade, segurança, para todos nós, começou a esvaecer no final de 2012, em um processo que só se completará em 2015. O que no início se apresentou de forma muito sutil, aos poucos irá se impor poderosamente bem ao gosto das vibrações escorpioninas.
Seremos provocados a questionar propósitos e motivações com mais profundidade, sobre as condições de estagnação que nebulam a visão de novos caminhos, e a desarmar nossas tão queridas justificativas. Seremos desafiados a explorar e a checar nossas capacidades emocionais e afetivas para conter experiências relacionadas a poder, sexo, transformação, desapego, verdades, mortes e renascimentos, assuntos de Plutão. E com Saturno envolvido, tudo é uma questão de tempo, mais dia ou menos dia, seremos convocados a responder.
Por: Lu Teixeira – lucia@ohumanoemnos.com.br
por admin | jan 29, 2014 | Netuno, Peixes, Psicologia, Quíron
Ver é muito complicado, abrir o olhar em perspectiva é um desafio que exige um horizonte amplo em nossa mente – Vê mais, quem sabe mais. Não o olhar físico de quem fala: é claro que estou vendo, é uma montanha, é uma árvore, é um passarinho, ou daquele que não vê mais nada, tão míope e absorvido pelo medo de se perder no que não quer ver. Estou falando do olhar que enxerga.
Estou falando de se permitir um olhar fresco sobre todo o já sabido, um convite para parar de classificar arquivos mortos, e se inebriar com o vivo, o presente, se deixar tomar pela alegria de ver de novo o novo.
O que nos proporciona essa visão, esse portal que permite vislumbrar o que ainda não se revelou é a nossa intuição.
Conversar com a vida, restituir o movimento das coisas, e pela imaginação atravessar o ordinário. Permitir que a experiência da visão seja o guia que nos move. Ter a coragem de se afirmar: Sempre eu, mas não o mesmo!
Para mim são essas as chaves para a transformação, tema muito relevante para quem como eu, trabalha com o propósito de instigar reflexões e o desenvolvimento de pessoas.
Assim pensei em fazer uma releitura de Quíron, que nestes tempos caóticos, orquestrará as mudanças em nossas vidas até fevereiro de 2019. Um mito que nossa visão treinada para não ver, para desconfiar, para nos defender do que não temos repertório para entender, colocou como símbolo de auto-sacrifício e sofrimento. Ícone da espiritualidade vazia.
Quíron, o centauro imortal abandonado pelos pais e adotado por Apolo, foi iniciado nas artes: de curar, de saber e de criar. Em um momento se fere com uma flecha envenenada e torna-se condenado ao sofrimento e à dor eterna.
Esse recorte, visto por uma cultura de condenação e medo, se presta para reforçar nosso vício de reduzir um amplo espectro de potências à impotência.
Quíron ficou conhecido como o mito do médico ferido, aquele que por saber da dor, se torna curador do outro, mas sente-se impotente diante da própria dor.
Um arquétipo que se encaixa plenamente na nossa cultura judaico-cristã, que valoriza o sofrimento, e a culpa como redenção.
Em tempos de re – significar nossa cultura, não seria o centauro, como um símbolo da força de coesão entre o humano e o instinto, o caminho da transformação?
Quíron, foi iniciado em artes, filosofia, terapias curativas, poesia, musica, ciência e profecia. Tutor de grande heróis gregos como Aquiles, Hércules, Jasão, Asclépio. Trocou sua imortalidade para libertar Prometeu de seu castigo, por ter entregue o fogo à humanidade.
Esse mito tão vinculado às artes e aos heróis ficou por nós estigmatizado como o mito do auto-sacrifício, fixados que somos em religiosidades infantis.
Estes tempos pedem novas respostas para novas realidades!
Muitas vezes perdemos de vista a alegria e ficamos fascinados com as mazelas que solicitam nossas “bondades”. Temos ainda como gozo o medo e o castigo.
Quíron em Peixes anunciado como fazedor de ilusões, fantasias, piedade, auto sacrifício e descaminhos, pode estar sendo injustiçado quando associado à preconceitos que constrangem o seu sentido.
Me arrisco a afirmar que Quíron como chave da transformação, está nos cobrando uma reparação da sua triste figura. Deve estar farto de ser usado como justificativa de curadores, que por não se disporem a se tratar, se dão em sacrifício como curadores de outros.
Deve se sentir reduzido, a ser associado à dor e ao sofrimento, endossando este caminho como única via de redenção da humanidade.
Nesse momento em que Quíron, de mãos dadas com Netuno, visita o signo de Peixes, vale a pena lembrar da última passagem dessa dupla por esse signo. Na década de 60, quando eclodiram várias revoluções, estavam eles presentes: na revolução hippie, na contra-cultura, disseminaram a paz e o amor, dançaram nus em Woodstock, fizeram o amor livre e brincaram de expandir a consciência. Fizeram a arte borbulhar nos quatro cantos do planeta, revelando novos horizontes e caminhos originas para redesenhar nosso futuro.
A arte foi a grande mobilizadora desses movimentos, nos fazendo enxergar o invisível e libertando a nossa imaginação.
Estou apostando que esse retorno de Quíron/Netuno em Peixes, trará uma nova revolução instigando-nos a reconectarmos com o que temos de prazer criativo em nossas vidas, e, honestamente, questionar a que Deus depositamos a nossa espiritualidade.
Aliás, espiritualidade é outro tema dessa dupla, mas ao contrário das religiões ordinárias, propõem um mergulho profundo na nossa natureza humana e instintiva, uma comunhão com a nossa essência e o compromisso com a vida que estamos escolhendo.
Não ao fanatismo, não às bondades masoquistas, não à excitação do misticismo.
A nova religião de Quíron/Netuno em Peixes nos convida a criar pontes de expansão ao que é realmente humano, uma religação com nosso desenvolvimento, incluindo variados aspectos da nossa auto-expressão. Somos criadores do nosso projeto de evolução, acoplando informações, integrando nosso ser, ampliando intercâmbios.
Conectados com o universo, somos criadores. Como criadores somos responsáveis por resgatar o prazer de realizar vida.
Qual Quíron vamos escolher para nos revelar no século XXI?
*Por: Lu Teixeira – lucia@ohumanoemnos.com.br
por admin | jan 18, 2014 | Auto-conhecimento, Netuno, Peixes, Psicologia
Os sonhos são os principais motivadores do nosso caminhar na vida. A realização do sonho se dá no encontro da competência com a oportunidade. O sonho que sonhamos, organiza a vontade e nos impulsiona em direção à aventura de realizá-lo. Não existe sonho impossível, existe sonho que demanda maiores investimentos na competência interna e maior acuidade na percepção da oportunidade externa. Por isso uma das questões mais importantes na realização dos sonhos é a capacidade de sentir: quanto mais acurada a percepção de si e do que está fora de si, maior a probabilidade de ajuste entre encontros e possibilidades. Essa condição implica na consciência das capacidades e limites, e na coragem para ler os obstáculos como disparadores e incentivos para aquisição de mais recursos na travessia de cada etapa do processo.
O grande inimigo da realização dos sonhos é o habito, a cômoda postura de se repetir e evitar o desconhecido. O sonho inspirado, é aquele que nos pega de surpresa, que abre uma fenda nova na nossa estrutura e que se impõem como aventura a ser explorado. Esse sonho inspirado abre caminhos para uma nova dimensão do eu que está latente, e essa força, uma vez acionada, impulsiona, como uma fonte de vitalidade, o projeto para a realização.
Todo sonhar inspirado acorda o nosso herói interno e nos impulsiona a uma jornada. Nosso sonho nos coloca frente à frente a essa jornada. Os obstáculos e desafios acordam os recursos que vão dar corpo e sentido ao que é sonhado, fortalecendo a experiência de auto-conhecimento Todo sonho que acorda o herói nos conduz à nós mesmos. Saímos fortalecidos. O sonho nos convoca a mais conhecimento, instigando a nossa subjetividade. Matura o conhecimento, que leva a sabedoria que se traduz em atitude. Esse ato transforma a nossa vida.
Gosto daquela história que conta que um homem muito religioso, salvo de um naufrágio em uma ilha deserta, implora a Deus que o salve, justificado pela sua fé. Enquanto rezava, passa por ele uma jangada e oferece ajuda, que ele gentilmente declina dizendo: “Não obrigada, Deus vem me salvar!” Tempos depois passa então um navio maior e oferece uma bóia e novamente, o homem rejeita, com a mesma fala. Terceira tentativa, um helicóptero oferece ajuda, e ele novamente não aceita. Passada uma semana de fome e de sede, o homem começa a perceber que iria morrer e se revolta com Deus, blasfemando: “Por que eu, que sempre fui tão devoto, obediente a Ti, por que me abandonaste?” Ao que Deus responde: “Mandei a jangada, você não me reconheceu, mandei o navio, e nada. Nem o helicóptero você aceitou, respeitei a tua escolha!”
Duas questões se apresentam nessa alegoria que exemplificam o insucesso de nossos sonhos. Achar que somos especiais, e portanto não precisamos investir nada, nem promover mudanças em nossas vidas e a falta de visão para reconhecer o que chega até nós em formato diferente do que foi imaginado. Realizar o sonho, implica em ter visão e visão é conseqüência da sabedoria. Se saber proporciona a visão das circunstâncias que facilitam a realização do sonho.
A realização do sonho está diretamente relacionado ao alinhamento entre o querer e o sentir, para poder através da sensibilidade dar voz e legitimidade à vontade. Estados depressivos, falta de coerência, ausência de intenção são os estados que não permitem o sonho se realizar. Estar em estado de surpresa, olhar o processo sem perder de vista o objetivo, são condições essenciais para o sucesso.
Muitos dos nossos afazeres são alheios à nossa vontade, assim quando estamos atolados por pressão de sobrevivência não conseguimos sonhar, ou os sonhos viram rotas de fuga da realidade. Quando estamos com as necessidades básicas atendidas, plenos de acolhimento, conforto e atenção chegou o momento de sonhar. A disciplina e a determinação são boas aliados. Marque um encontro com si mesmo, cultive o silêncio para sair da excitação caótica, acesse seu interior abrindo espaço para o sentir, mapeando com sinceridade os sonhos que trazem alegria, liberdade e desprendimento. Descarte os sonhos que aumentam seu apego, que se realizados, o aprisionam para a sustentação do conquistado, ou que exaurem sua alegria.
Nunca transfira a realização do sonho para um outro. O outro ou as circunstâncias são coadjuvantes do nosso projeto. Podemos compartilhar sonhos com o outro que sonha o mesmo sonho, nunca impor o sonho a um outro que não está em sintonia com nossos anseios. Uma parceria boa é aquela que soma intenção e compartilha satisfação.
Como diz o poeta Ferreira Gullar, “que a força do medo não me impeça de ver o que eu anseio”.
Lu Teixeira: lucia@ohumanoemnos.com.br