O que é o amor senão livre? Não entendo tantas barreiras que colocamos neste sentimento, sempre rodeado de temores ou rótulos.
O trânsito de Netuno em Peixes traz para o mundo, neste momento, uma necessidade de revisão desse sentimento. Uma revisão do ego e da forma como nos relacionamentos com o coletivo. É o momento de olhar para dentro e para fora, entender o amor universal como uma necessidade básica e não como um luxo desnecessário. Mas para amar é preciso escutar e escutar significa aceitar, sem julgamentos.
Quando falo sobre amor livre, não quero dizer que sou a favor de traições ou coisa do tipo. O amor por si só é livre, nós é que temos mania de aprisioná-lo, pois somos apegados. Amar gera ansiedade, pois vemos nisso a busca da perfeição. Estar com o outro é estar consigo, pois o outro nos apresenta as nossas sombras, os nossos medos e isso nos assusta, porque não nos conhecemos. Mas o outro também ascende em nós o que temos de melhor e essa troca pode ser maravilhosa quando nos permitimos vivenciá-la com inteireza.
Netuno vem falar de amor, um amor próprio e pelo outro. Uma preocupação com o coletivo, intuição e fluidez. Entregar-se a Netuno é entregar-se a uma força que nos mostra que a solução de um problema qualquer, às vezes, só pode ser encontrada quando desistimos de tentar descobrir uma resposta. Portanto é o momento de nos conectarmos com o nosso coração, a nossa intuição e os nossos sentimentos mais puros.
Deixar o amor acontecer, em seu ritmo, no seu tempo. Entregar-se aos sentimentos e experimentar essa doce experiência sensorial. Não impor barreiras, não criar rótulos e entender que o que deve permanecer, permanece o tempo que lhe é necessário. E aceitar que quando terminada a sua hora, ele também se vai, e se ressignifica. O amor, uma vez amor, será sempre amor. Ele contém todos os sentimentos dentro de si, por isso é o maior de todos. Ele não tem explicação, é fluido como a água e por isso limpa e renova os corações. O amor livre é o amor que simplesmente é. É genuíno, simples e sem regras. Amor que alimenta, que preenche e não abandona, mas também não se apega e não julga, mas ensina e aprende. Porque amar também é deixar partir.